Juventude (HIV/Aids) consomem poucas frutas e muito sódio
Adolescentes com HIV/Aids consomem poucas frutas e muito sódio, mostra estudo da USP
A dieta dos adolescentes que vivem com HIV/aids tem poucos cereais integrais e frutas, mas apresenta um alto consumo de sódio e de gordura. Foi o que observou o estudo Avaliação da qualidade da dieta de adolescentes com HIV/Aids e seus fatores associados, defendido na Faculdade de Saúde Pública da USP. Apesar de preocupantes, os resultados são semelhantes aos jovens não portadores do vírus.
“Visto que estamos falando de adolescentes, a conclusão de que a dieta é semelhante entre os portadores e não portadores de HIV não causou surpresa. O problema é que para essa população a alimentação adequada é ainda mais necessária, já que o uso da terapia antirretroviral pode causar alterações metabólicas, como o aumento do colesterol”, diz a autora do estudo, a nutricionista Luana Fiengo Tanaka.
A pesquisa, apresentada em 2012 como dissertação de mestrado de Luana, acompanhou 88 jovens de 10 a 19 anos do Serviço de Infectologia do Instituto da Criança, em São Paulo. O método utilizado foi o chamado recordatório de 24 horas, que consiste em uma conversa detalhada com o paciente sobre todos os alimentos consumidos no dia anterior. A autora do estudo realizou duas conversas com cada jovem da pesquisa, além de ter informações prévias sobre a carga viral e o tipo de terapia utilizada por eles.
Em relação a fatores como a terapia e tempo de vivência com o vírus, não foram encontradas diferenças significativas na dieta dos jovens. “A única diferença que encontramos é que as crianças em casas de apoio consomem mais frutas do que as outras”, diz a autora. A orientadora da pesquisa foi a professora Maria do Rosario Dias de Oliveira Latorre.
Segundo ela, o alerta na questão deve ser dado para a população geral, e não só para a que vive com o HIV. A nutricionista pensa que é preciso pensar em alguma forma de estimular o consumo do cereal integral e de frutas e de diminuir o consumo de sódio e de alimentos gordurosos.
“Em longo prazo isso pode acarretar problemas de saúde, principalmente doenças crônicas. E a literatura já mostra como a terapia antirretroviral pode estar associada a alterações metabólicas como o colesterol”, diz Luana. “E não podemos esquecer que a alimentação tem um papel importante e contribui para a manutenção do sistema imunológico”, acrescenta.
Os dados da pesquisa foram repassados ao local que abrigou a pesquisa, através da médica responsável pelo Instituto de Infectologia, Dra. Heloísa Helena de Sousa Marques. Segundo a autora do estudo, a atitude é importante porque “é uma forma de retornar a informação para o serviço, que pode causar uma mudança no dia-a-dia dos jovens”.
Nana Soares
Fonte: http://agenciaaids.com.br
REDE JOVEM RIO+
A REDE JOVEM RIO+ é um Movimento Social Estadual, sem vínculo político-partidário ou religioso, constituído fundamentalmente por adolescentes e jovens entre 12 e 29 anos, atuando na inclusão social, na promoção do fortalecimento biopsicossocial e do protagonismo destes, independentemente de sexo, identidade de gênero, sexualidade, credo, cor, etnia, nacionalidade, naturalidade, escolaridade, classe social e sorologias
.jpg)
0 comentários