Dirceu Greco é exonerado da direção do Departamento de Aids por autorizar publicação de campanha para prostitutas sem aval do Ministério
O infectologista Dirceu Bartolomeu Greco foi exonerado da direção do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais na tarde desta terça-feira, 4 de junho. Segundo informou a assessoria de comunicação do Ministério, o motivo para a demissão foi ele não submeter as peças publicitárias voltadas às prostitutas para aprovação da Assessoria de Comunicação Social da Pasta. Embora tenham críticas à gestão de Dirceu, ativistas do movimento social de luta contra à aids lamentaram a situação em que ela saiu do cargo, criticando fortemente os vetos por parte do Ministério da Saúde.
A campanha voltada às prostitutas, lançada pelo Departamento de Aids nesse final de semana, teria sido o motivo para a demissão de Dirceu. As informação contidas nos banners geraram uma grande polêmica por sua linguagem e conteúdo. Uma delas diz: “Sou feliz sendo prostituta”. Segundo explicou a assessoria do Ministério, as peças pecaram por não conter o elemento de prioridade das ações, que é incentivar a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
O material que integrava uma campanha nas redes sociais para prevenção do HIV e redução do preconceito, denominada “sem vergonha de usar camisinha”, traz também vídeos e é fruto de uma oficina de profissionais do sexo, realizada em março em João Pessoa.
Nesta terça-feira, no entanto, Padilha afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que o material estava em teste e que "enquanto for ministro, uma peça como essa não fará parte de campanha". Ele ainda comentou que a peça foi retirada por “bom senso”, em sua conta no Twitter.
A peça exibida na página do Departamento trazia o logotipo do Ministério e havia sido divulgada no Twitter. Além disso, na página do Departamento, havia chamadas com destaque para a campanha. Esta é a terceira vez que o Ministério da Saúde determina a retirada de material com potencial de causar polêmica.
No início de 2012, após descontentamento até da presidenta Dilma Rousseff, Padilha recuou da campanha que seria lançada com foco nos jovens gays para a prevenção das DST/aids no Carnaval. No último mês de março, a Pasta, por determinação do governo, havia mandado recolher um kit de prevenção de aids dirigido a adolescentes. O material abordava temas como homossexualidade, drogas, homofobia gravidez. O ministro da Saúde, assim como fez nesta terça-feira, justificou na época que a distribuição tinha sido feita à revelia dele.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informa que não existe nenhum nome cogitado para assumir o posto de Dirceu, que está no cargo desde julho de 2010, já que a decisão foi tomada apenas na tarde dessa terça-feira.
"Censuras", afirmam ativistas
Os ativistas não viram com bons olhos a exoneração de Dirceu. Para José Araújo Lima Filho, da Associação de Espaço e Prevenção Humanizada (EPAH), o Brasil está voltando à idade da pedra e se rende ao conservadorismo. "Esse ministro está claramente jogando para os conservadores e destruindo definitivamente o Programa de Aids, que foi construído por causa de muitas mortes e sofrimento", criticou duramente o ativista. Ele ainda acrescentou que os vetos são métodos ditatoriais para destruir o que foi construído.
Jorge Beloqui, do Grupo de Incentivo à Vida (GIV), concorda. O ativista e professor da USP acredita que as censuras foram a marca da gestão de Padilha no que diz respeito ao combate à aids e classifica o ministro como uma pessoa sem compromisso com as pessoas vivendo com HIV.
"A gestão de Dirceu teve um certo afastamento do diálogo com a sociedade, mas é difícil saber até que ponto isso foi do Departamento ou do Ministério. Mas aconteceram boas iniciativas, como a Profilaxia pós-exposição (PEP) e o tratamento como prevenção. Apesar de minhas diferenças com o Dirceu, é uma pessoa por quem tenho muito apreço e a circunstâncias de sua saída é triste", disse Beloqui
Sobre Dirceu Greco
Greco graduou-se em medicina em 1969 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se especializou infectologista pela Sociedade Brasileira de Infectologia e em Alergia e Imunologia Clínica pela Universidade de Nova Iorque e pela Universidade de Londres. O médico foi um dos fundadores do primeiro Serviço de Avaliação de Imunodeficiências do Hospital das Clínicas da UFMG e também participa da Comissão Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais (CNAIDS) desde a sua criação, em 1986. Greco, assumiu o cargo de Diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais em 28 de julho de 2010, substituindo a pediatra e sanitarista Mariângela Simão, que ocupava a posição desde 2006.
Redação da Agência de Notícias da Aid
A campanha voltada às prostitutas, lançada pelo Departamento de Aids nesse final de semana, teria sido o motivo para a demissão de Dirceu. As informação contidas nos banners geraram uma grande polêmica por sua linguagem e conteúdo. Uma delas diz: “Sou feliz sendo prostituta”. Segundo explicou a assessoria do Ministério, as peças pecaram por não conter o elemento de prioridade das ações, que é incentivar a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
O material que integrava uma campanha nas redes sociais para prevenção do HIV e redução do preconceito, denominada “sem vergonha de usar camisinha”, traz também vídeos e é fruto de uma oficina de profissionais do sexo, realizada em março em João Pessoa.
Nesta terça-feira, no entanto, Padilha afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que o material estava em teste e que "enquanto for ministro, uma peça como essa não fará parte de campanha". Ele ainda comentou que a peça foi retirada por “bom senso”, em sua conta no Twitter.
A peça exibida na página do Departamento trazia o logotipo do Ministério e havia sido divulgada no Twitter. Além disso, na página do Departamento, havia chamadas com destaque para a campanha. Esta é a terceira vez que o Ministério da Saúde determina a retirada de material com potencial de causar polêmica.
No início de 2012, após descontentamento até da presidenta Dilma Rousseff, Padilha recuou da campanha que seria lançada com foco nos jovens gays para a prevenção das DST/aids no Carnaval. No último mês de março, a Pasta, por determinação do governo, havia mandado recolher um kit de prevenção de aids dirigido a adolescentes. O material abordava temas como homossexualidade, drogas, homofobia gravidez. O ministro da Saúde, assim como fez nesta terça-feira, justificou na época que a distribuição tinha sido feita à revelia dele.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informa que não existe nenhum nome cogitado para assumir o posto de Dirceu, que está no cargo desde julho de 2010, já que a decisão foi tomada apenas na tarde dessa terça-feira.
"Censuras", afirmam ativistas
Os ativistas não viram com bons olhos a exoneração de Dirceu. Para José Araújo Lima Filho, da Associação de Espaço e Prevenção Humanizada (EPAH), o Brasil está voltando à idade da pedra e se rende ao conservadorismo. "Esse ministro está claramente jogando para os conservadores e destruindo definitivamente o Programa de Aids, que foi construído por causa de muitas mortes e sofrimento", criticou duramente o ativista. Ele ainda acrescentou que os vetos são métodos ditatoriais para destruir o que foi construído.
Jorge Beloqui, do Grupo de Incentivo à Vida (GIV), concorda. O ativista e professor da USP acredita que as censuras foram a marca da gestão de Padilha no que diz respeito ao combate à aids e classifica o ministro como uma pessoa sem compromisso com as pessoas vivendo com HIV.
"A gestão de Dirceu teve um certo afastamento do diálogo com a sociedade, mas é difícil saber até que ponto isso foi do Departamento ou do Ministério. Mas aconteceram boas iniciativas, como a Profilaxia pós-exposição (PEP) e o tratamento como prevenção. Apesar de minhas diferenças com o Dirceu, é uma pessoa por quem tenho muito apreço e a circunstâncias de sua saída é triste", disse Beloqui
Sobre Dirceu Greco
Greco graduou-se em medicina em 1969 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se especializou infectologista pela Sociedade Brasileira de Infectologia e em Alergia e Imunologia Clínica pela Universidade de Nova Iorque e pela Universidade de Londres. O médico foi um dos fundadores do primeiro Serviço de Avaliação de Imunodeficiências do Hospital das Clínicas da UFMG e também participa da Comissão Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais (CNAIDS) desde a sua criação, em 1986. Greco, assumiu o cargo de Diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais em 28 de julho de 2010, substituindo a pediatra e sanitarista Mariângela Simão, que ocupava a posição desde 2006.
Redação da Agência de Notícias da Aid
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A REDE JOVEM RIO+ é um Movimento Social Estadual, sem vínculo político-partidário ou religioso, constituído fundamentalmente por adolescentes e jovens entre 12 e 29 anos, atuando na inclusão social, na promoção do fortalecimento biopsicossocial e do protagonismo destes, independentemente de sexo, identidade de gênero, sexualidade, credo, cor, etnia, nacionalidade, naturalidade, escolaridade, classe social e sorologias

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