Organizações participam de mobilização pela saúde da mulher e redução da morte materna em todo Brasil
Flávia VillelaRepórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Redes e organizações da sociedade civil de
diferentes estados brasileiros realizam durante todo o dia de hoje (28) a
Mobilização pela Promoção dos Direitos das Mulheres e Redução da Morte Materna.
No Rio de Janeiro, integrantes da Rede Estadual de Jovens
Vivendo e Convivendo com HIV/Aids utilizaram ainternet para divulgar uma
campanha nacional sobre o tema. No dia 16 de junho o grupo vai realizar a
oficina Estamos Todos Juntos Pela Redução da Morte Materna. Para a facilitadora
da Rede, Damiana Cristina Adão, apesar dos avanços nas políticas públicas e na
redução de mortes de gestantes, cerca de 90% das mortes de mulheres grávidas
são evitáveis, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Hoje, de 92 mulheres que engravidam, uma morre durante o parto,
segundo o Ministério da Saúde e a maioria é jovem. Por isso, queremos dar um
grito para que a atenção à saúde da mulher seja humanizada e não
discriminatória, pois muitas mulheres não têm condições financeiras nem de se
deslocar para um hospital”, ressaltou.
No terreiro Ilê Omolú e Oxum, em São João de Meriti, Baixada
Fluminense, mulheres de diferentes religiões participam de uma oficina à tarde
sobre os direitos das grávidas no Sistema Único de Saúde (SUS). “Muitas
mulheres não sabem que têm direitos como, por exemplo, a de ter acompanhante no
parto e no pós-parto, doze consultas e o direito à acessibilidade”, comentou a
mãe Nilce de Iansan do Ilê Omolú e Oxum. “Por isso, nesse ponto de cultura e de
promoção da saúde, todas as mulheres são bem-vindas para se informarem sobre
seus direitos.”
A integrante da Rede Nacional de Regiões Afrobrasileiras e
Saúde e do Grupo de Trabalho Mulheres de Axé, Vilma Piedade, explicou que o
país já tem políticas nacionais que não são implementadas de forma efetiva. “Temos
a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e outra de Saúde da
População Negra, mas é muito difícil implementá-las nos estados e municípios”,
lamentou. “Não existe meio direito, meia negligência ou meia morte. Essas
mortes são típicas de países subdesenvolvidos e o Brasil não pode continuar a
ter esse tipo de óbitos.”
Vilma lembrou que as mulheres negras são as maiores vítimas
e que doenças como a anemia falciforme e o diabetes agravam o quadro, por
afetarem principalmente a população negra.
Ainda no Rio, estudantes da Rede Lai Lai Apejo e do Núcleo
de Estudos Afro-Brasileiros do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso
Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) distribuíram materiais da campanha pela redução da
mortalidade materna na Estação de Metrô de São Cristóvão e realizaram uma roda
de conversas sobre mortalidade materna na sede do Cefet.
As atividades da mobilização, que celebra hoje (28) a Luta
Pela Saúde da Mulher e a Redução da Mortalidade Materna, estão agendadas para
serem realizadas em todo o Brasil.
Idealizada em 2009 pelo Fundo de População das Nações Unidas
(Unfpa) e pela Prefeitura do Município de Salvador, com apoio do Ministério da
Saúde, a mobilização vem ganhando adesões desde então.
Dados do relatório Tendências Sobre a Mortalidade Materna:
1990 a 2010, elaborado pela OMS, apontam que o país registrou uma redução de
51% nas mortes maternas, superior à média mundial (47%) e latino-americana
(41%) para o período, mas ainda insuficiente para alcançar a meta do Objetivo
de Desenvolvimento do Milênio que estabelece uma redução de 75% em relação aos
dados de 1990.
Ainda segundo o relatório, a cada dois minutos uma mulher
morre por complicações na gravidez. As quatro causas mais comuns de morte são
hemorragias graves após o parto, infecções, hipertensão durante a gravidez e
abortos inseguros, realizados em más condições. Noventa e nove por cento das
mortes maternas ocorrem nos países em desenvolvimento.
Edição: Lílian Beraldo
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-05-28/organizacoes-participam-de-mobilizacao-pela-saude-da-mulher-e-reducao-da-morte-materna-em-todo-brasil
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A REDE JOVEM RIO+ é um Movimento Social Estadual, sem vínculo político-partidário ou religioso, constituído fundamentalmente por adolescentes e jovens entre 12 e 29 anos, atuando na inclusão social, na promoção do fortalecimento biopsicossocial e do protagonismo destes, independentemente de sexo, identidade de gênero, sexualidade, credo, cor, etnia, nacionalidade, naturalidade, escolaridade, classe social e sorologias
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