NOVA TÉCNICA BARRA HIV EM RATOS
Estudo liderado por brasileiro mostra que anticorpos humanos clonados
e reproduzidos em laboratório conseguem reduzir a presença do vírus da Aids a um nível não detectável. Próximo passo é testar o material em pessoas
Uma nova terapia contra o HIV, a partir da clonagem de anticorpos específicos contra o vírus, pode complementar ou até mesmo substituir o uso de antirretrovirais.
Até agora, a comunidade científica havia desconsiderado o uso dessas células de defesa do organismo humano como tratamento contra a Aids. Isso porque seus efeitos, apresentados em diversos estudos anteriores, não eram
significativos no combate à infecção. No entanto, pesquisa liderada pelo brasileiro Michel Nussenzweig, pesquisador da Universidade Rockefeller, em Nova York, mostrou que potentes e incomuns anticorpos produzidos em laboratório
e combinados a um coquetel de drogas podem manter os níveis do HIV-1 abaixo dos detectáveis pelos exames. As principais limitações da técnica, apresentada na revista Nature, estão na transposição dos estudos de camundongos
para humanos e no altíssimo custo de produção dessas células imunes .
Em um primeiro momento, os anticorpos do corpo humano conseguem frear a ação do vírus no organismo, mas o HIV rapidamente produz cópias de si mesmo com versões mutantes que conseguem se esquivar das respostas imunes. Dessa forma, o vírus também pressiona o sistema imunológico do paciente a desenvolver uma resposta mais potente que a primeira e funciona contra novas mutações do vírus, apesar de ainda acontecer em número insignificante para o indivíduo que a produz. Foi a partir dessas células que Nussenzweig e sua equipe criaram os poderosos anticorpos em laboratório.
Em um primeiro momento, os anticorpos do corpo humano conseguem frear a ação do vírus no organismo, mas o HIV rapidamente produz cópias de si mesmo com versões mutantes que conseguem se esquivar das respostas imunes. Dessa forma, o vírus também pressiona o sistema imunológico do paciente a desenvolver uma resposta mais potente que a primeira e funciona contra novas mutações do vírus, apesar de ainda acontecer em número insignificante para o indivíduo que a produz. Foi a partir dessas células que Nussenzweig e sua equipe criaram os poderosos anticorpos em laboratório.
Essas células de defesa são conhecidas como anticorpos amplamente neutralizantes e foram isoladas a partir de pessoas não tratadas que falharam ao tentar controlar a própria infecção por HIV durante muitos anos. Elas não conseguem ajudar as pessoas que as produzem, mas sua existência indica que uma série de mutações criaram uma população diversa e crescente do vírus durante a infecção .
No artigo, o cientista brasileiro e sua equipe testou a injeção dos anticorpos amplamente neutralizantes em modelos de camundongos “humanizados”. Como o HIV não consegue se multiplicar no organismo desses animais, eles adquiriram cobaias que deliberadamente tinham seu sistema imunológico mutilado e reconstruído com células-tronco humanas. Após infectar os camundongos com o HIV, o grupo testou cinco diferentes anticorpos, isolados de seres humanos e produzidos artificialmente como anticorpos monoclonais em culturas de laboratório .
HEfeitos colaterais
De acordo com o artigo, os pesquisadores acreditam que, por ser um produto natural produzido
a partir de seres humanos, os efeitos colaterais não deverão ser muitos. Nussenzweig acredita que entre as principais vantagens da nova terapia em relação às atualmente disponíveis é o efeito a longo prazo. “Uma única
injeção funcionou por dois meses em camundongos e pode ter essa duração ampliada duas ou três vezes em humanos”, afirmou o cientista ao Correio. As terapias com anticorpos se diferem de outras modalidades terapêuticas
para o HIV em vários aspectos. Em primeiro lugar, os anticorpos podem neutralizar o agente patogênico diretamente.
“Os complexos imunes produzidos pelos anticorpos transferidos passivamente podem melhorar a imunidade ao HIV-1. Além disso, os anticorpos têm uma meia-vida muito mais longa do que é comumente usado em medicamentos antirretrovirais”, detalha o artigo. Os pesquisadores afirmam ainda que a combinação de anticorpos extremamente potentes pode ser eficaz na supressão do vírus em indivíduos que não toleram medicamentos anti-HIV.
“Os complexos imunes produzidos pelos anticorpos transferidos passivamente podem melhorar a imunidade ao HIV-1. Além disso, os anticorpos têm uma meia-vida muito mais longa do que é comumente usado em medicamentos antirretrovirais”, detalha o artigo. Os pesquisadores afirmam ainda que a combinação de anticorpos extremamente potentes pode ser eficaz na supressão do vírus em indivíduos que não toleram medicamentos anti-HIV.
REDE JOVEM RIO+
A REDE JOVEM RIO+ é um Movimento Social Estadual, sem vínculo político-partidário ou religioso, constituído fundamentalmente por adolescentes e jovens entre 12 e 29 anos, atuando na inclusão social, na promoção do fortalecimento biopsicossocial e do protagonismo destes, independentemente de sexo, identidade de gênero, sexualidade, credo, cor, etnia, nacionalidade, naturalidade, escolaridade, classe social e sorologias
0 comentários